O Centro de Computação Gráfica (CCG), da Universidade do Minho (UM) e do Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), integra, desde Fevereiro último, um consórcio europeu que irá desenvolver um projecto inovador no apoio a pessoas idosas. O principal objectivo é explorar o poder computacional de equipamentos que fazem parte do dia-a-dia das pessoas, nomeadamente do conjunto Set-Top Box e Televisor, para facilitar o acesso a produtos e serviços e promover alguns aspectos de inclusão social.
“Na posse do software, hardware e documentação que será desenvolvida, os produtores de tecnologia de informação e comunicação estarão em posição de mais facilmente implementar aplicações de verdadeira acessibilidade, usando as tecnologias mais recentes em termos de interface com o utilizador, com tempo e risco de desenvolvimento reduzidos e custos mais baixos”, refere Luís Almeida, gestor do projecto por parte do CCG.
Ultrapassa as entraves
Envelhecimento e acessibilidades são dois aspectos que estão intimamente relacionados em muitos contextos, incluindo a interacção com computadores. Por exemplo, estatisticamente 50 por cento das pessoas idosas sofrem de algum tipo de problema, como sejam disfunções motoras, o que impõe vários problemas e desafios em termos de interacção social.
Os mais recentes avanços em termos de interfaces Homem-Computador, tais como as tecnologias de Terceira Geração baseadas em gestos, multitoque, reconhecimento e controlo por voz, alfabetos acústicos e outras modalidades avançadas de entrada/saída de dados, estão gradualmente a estabelecer-se como estado da arte.
Adaptadas de forma correcta, tais interfaces permitem, de facto, que utilizadores mais idosos ou com limitações físicas consigam interactuar com as aplicações informáticas de forma mais intuitiva e apoiada. Para além disso, o incremento verificado na disponibilidade e utilização generalizada de set-top boxes e TV nos ambientes familiares, permite ter disponível uma plataforma computacional para instalar e utilizar estas aplicações informáticas de interface com utilizador acessível.
Apesar destas tendências positivas, a implementação de interfaces com o utilizador com verdadeiras características de acessibilidade ainda é cara e representa risco para as empresas tecnológicas habilitadas a desenvolver este tipo de aplicações.
Entre outras, elas têm que lidar com necessidades e limitações específicas dos utilizadores (incluindo a falta de proficiência em informática), assim como o enfrentar dos desafios tecnológicos das abordagens inovadoras em interacção com o utilizador, as quais implicam experiência e esforço especial. Muitas das empresas que desenvolvem soluções de informação e comunicação ignoram os requisitos de “utilizadores especiais”.
Os avatares irão dar uma face humana ao sistema, e deverão ajudar o utilizador idoso a usufruir da melhor forma possível das amplas funcionalidades do sistema, sem ansiedades nem receios.
Neste contexto, pesquisarão novos métodos para o desenvolvimento de produtos, métodos que resultarão em produtos mais adequados e mais funcionais para este grupo de utilizadores.
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